A questão do Deus único nas religiões africanas
Identidade e valia nos
afro-descendentes. Quando refletimos sobre a significativa perda de caráter monoteísta das
religiões de matriz africana, durante a formação do processo
sincrético que ocorreu entre as religiões cristãs, notadamente a
religião católica, e as religiões afro-descendentes, quase que de
forma geral, somos levados a pensar em algumas raízes que esse
processo possa ter, para a sua efetivação, no mundo psicológico dos
envolvidos, no imaginário, seja no espaço dos dominadores, seja no
dos dominados.
Ora, entendemos que as
respostas existências permanentes
que garantem aos homens a segurança das suas relações com o mundo,
com a vida, com o trabalho e com seus semelhantes são trazidas pela
cosmovidão e pelas interações religiosas dela decorrentes. A idéia
de um Deus único, Criador de todas as coisas e de todos os homens,
um Deus que está presente permanentemente na sua obra e que assiste
em todas as suas condições de continuidade, define, de certa maneira
particular de se relacionar com os seus semelhantes, sua auto-imagem
e a avalia que a completa. Isso tudo termina por se traduzir em uma
construção de mundo psicológico que assegura a estabilidade e a
segurança nas relações desse homem com o mundo concreto, com todas
as relações sociais e os padrões que regulam os papéis e as
interações na sociedade em que vive.
Imagina-se o que pode ocorrer, ou que
efetivamente ocorre, neste mundo psicológico, quando do embate,
do encontro violento acontecido entre duas culturas
branco-européia e negro-africana, e que resulta na denominação
de uma delas para outra. No exemplo particular, esse encontro
resultou além de tudo , na diáspora forçada, em direção ao
Brasil e ás Américas, que o processo de escravização negra
representou. Imaginemos também que, pelo menos grande parte, a
mesma coisa sucedeu-se durante a história da colonização
européia sobre a áfrica e a correspondente cristianização da
cultura africana. De um lado, do ponto de vista negro africano,
ocorre ai, sem dúvida uma ruptura de todas as bases de segurança
e estabilidade garantidas pela sua cosmovisão religiosa. Seus valores
são desorganizados, suas estruturas sociais e religiosas
desmontadas, suas relações socioafetivas são rompidas. Afinal de contas, onde estaria o seu Deus, que
permitiu conquistar e o desmantelamento por parte do branco da
sociedade organizada em que viviam; que permitiu o esfacelamento
de seus grupos de referência; que permitiu que todos aqueles que
faziam, até agora, parte do seu mundo organizado e estável em
que construíam as suas vidas e desenvolviam os seus projetos de
futuro; onde estaria Deus que permitiu a violência do desterro,
que permitiu a degradação da escravidão e que transformou tudo
isso em riqueza para o conquistador e em miséria e aviltamento
para o conquistado? No
seu imaginário promove-se, então, pode-se entender, com certa margem
de certeza, a desestruturação dos valores de segurança e
estabilidade, instala-se as dúvidas em relação ao poder desse Deus.
Pode-se até pensar que nesse imaginário, muito provavelmente, o Deus
do conquistador é ou se apresenta maior e mais forte do que o do
conquistado. Os africanos escravizados são retirados de suas
famílias, de sua terra, de tudo que lhes garante sentido e ordem;
são transportados para longe, escravizados e transformados em
mão-de-obra-geradora de riquezas para o conquistador. E onde são
utilizados como “peças” de produção, a terra transformada pelo
seu suor e trabalho responde com produção e riqueza, com
prestígio e valia para o branco. Violento choque sobre o seu
mundo psicológico, certamente redução de auto-estima e negação
de sua valia dentro da ordem cósmica. Do lado branco, ainda que
inversamente, o mesmo processo ocorre, aumentando-lhe a valia,
reforçando-lhe os valores e assegurando-lhe a efetiva validação
dos processos de escravidão
Deus, o “seu” Deus, está com a riqueza ao seu
lado, abençoando-lhes a ação conquistadora, o estabelecimento da
escravidão e santificando os seus métodos. Ora, se quisermos
entender melhor a questão, basta nos remetermos ao Sermão XXVII,
do Padre Antônio Vieira, citado pelo historiador Eduardo Spiller
Pena, em seu artigo intitulado “Santa Pé de Cana, ora pro nobis!
A Igreja Católica entre a oração e a escravidão”. Quem pudera cuidar que as plantas regadas com
tanto sangue inocente houvesse de medrar nem crescer, e não
produzir espinhos e abrolhos? Mas tão copiosas as bênçãos de
doçura, que sobre elas derramam. Céu que as mesmas plantas são o
fruto, e o fruto tão precioso, abundante e suave, que ele só
carrega grandes frotas ele enriquece dos tesouros do Brasil e
enche de delícias o mundo. Algum grande mistério se encerra
nesta transmigração; e mais se notarmos ser tão singularmente
favorecida e assistida de Deus, que não havendo em todo o oceano
navegação sem perigo e contrariedade de ventos, só a tira de
suas pátrias e estas gentes e as traz ao exercício do cativeiro
é sempre com vento á popa, e sem mudar vela.
Podemos entender que, a partir daí, o destino dos
milhares de africanos escravizados está definitivamente traçado,
não havendo por que questionar um assunto em que o próprio Deus
assume a posição tão favorável. A injustiça é apenas aparente e
pensar sobre ela não é uma postura adequadamente cristã,
trata-se de um desígnio divino e implica a libertação desses
povos do seu estado de cativos na “terra da maldição” que é a
África, terra de Cam. Assim a Bahia
açucareira, por exemplo, os engenhos foram erguidos sob a invocação
de santos católicos e terminou-se por construir dentro da estrutura
teológica católica toda uma vertente que garantisse o esvaziamento
da identidade dos africanos escravizados, que legitimasse o processo
de escravização, que assegurasse o desenvolvimento das atividades
produtivas dependentes de escravidão e que garantisse a riqueza e a
prosperidade dos senhores de fazendas e de escravos, da Igreja e da
Coroa portuguesa.
O mesmo historiador, no artigo citado, revela que,
por volta de 1880, a viajante francesa Adéle Toussainte-Samson,
visitando uma fazenda escravista no Rio de Janeiro, registra que
os escravos eram obrigados á oração da mesma forma que ao
trabalho diário. Os sinos, tocados sempre pelo feitor ou pelo
fazendeiro, exigiam a presença dos escravos e a realização de
duas obrigações. As rezas católicas incluíam cantos que
santificavam a cana-de-açúcar, matéria do seu trabalho:
O ritual inicia-se com o acendimento de quatro
velas, sendo oficiado por dois escravos, sub-feitores, que
entoavam, num latim peculiar, o “Kyrie eleison”. Depois todos em unissono,
cantaram a ladainha dos santos do paraíso, desde “Santa Maria, mai
de Deus, ora pro nobis!”. Prostrando-se os presentes finalizaram o canto com
uma “aflitiva exclamação”: “Miserere nobis”. Açúcar e fé
mesclaram-se a tal ponto que acaram por produzir visões e
crenças nos engenhos que chamaram a atenção dos inquisidores
portugueses. Analisado os processos do Santo Ofício no Brasil
colonial, Laura de Mello e Souza destaca depoimentos de “mestres
do açúcar” que afirmaram ter visto a incorporação de Nossa
Senhora nas fôrmas de barro que purgavam o melado quente como
açúcar. A fôrma como lugar de mistério alquímico que
transfigurava o caldo no bem precioso dos engenhos era também o
lugar sagrado que acolhia a mãe de Cristo – mistérios da fé!
Além disso, havia outros possíveis condicionantes para esta
imagem herética dos visionários. As fôrmas tinham o formato dos
sinos da capela e o período do ano em que eram produzidas e
trabalhadas para a purificação do açúcar coincidia com os
festejos de Nossa Senhora da Purificação(...)
Baseando-se no relato do viajante Henri Koster,
que foi proprietário de engenho e escravos no início do século
XIX, Stuart Schwartz ofereceu mais detalhes sobre o litúrgico
que sacramentava os primeiro passos da safra açucareira. No dia marcado o pároco ou capelão residente
rezava missa abençoando o engenho, na presença do proprietário e
sua família ou do administrador residente, além de muitos
indivíduos livres das áreas vizinhas. Suplicava-se a Cristo, ou
ao mesmo santo padroeiro do engenho, que protegesse a todos os
que trabalhavam na propriedade e assegurasse uma boa colheita.
No local da moenda, escravos e homens livres reuniam-se para
ouvir as preces e assistir á aspersão de água-benta sobre a
máquina. A um sinal, a moenda era posto em movimento, e o
padre e o proprietário passavam as primeiras canas pelos
tambores. Os escravos levavam aquilo tão á sério como os
senhores. Recusavam-se a trabalhar se a moenda não fosse
abençoada e, durante a cerimônia, muitas vezes tentavam avançar
para perceber algumas gotas de água-benta no corpo. As caldeiras
e os trabalhadores também eram abençoados, assim como, pó
insistência dos condutores, os carros de bois vindos dos
canaviais, enfeitados com guirlandas feitas de canas compridas
amarradas com fitas coloridas. Mais tarde, em geral, havia um
banquete na casa-grande, e os escravos eram presenteados com
garapa para beber. A safra começara.
Essa teologia da escravidão, do trabalho escravo e
da matéria-prima que se transformava em riqueza para os brancos
cristãos, garantiu um benção divina sobre a riqueza e as idéias
de supremacia espiritual, racial e sociocultural, aos negros
africanos, reduziu a magnitude de seu panteão , desenvolvei a
idéia de um Deus de “segunda classe”, levou a redução da valia e
grandeza das divindades, espíritos puros criados por Deus base
de sua religião monoteísta, como princípio universais no
processo de criação. Ao lado da idéia de supremacia do Deus
branco ou da incorporação do conceito politeísta – em que as
divindades transformam-se em Deuses – o sincretismo então
ocorrido levou á comparação dessas divindades com os santos
católicos, pessoas que viveram vidas segundo os valores da
Igreja Católica e que, por isso mesmo, após sua morte, foram
santificadas, reduzindo assim o tamanho, a dimensão das
divindades. Isso se dúvida terminou por contribuir para a
construção de uma representação destorcida e, reduzindo a
dimensão das divindades, endossou mais uma vez o estereótipo dos
africanos como inferiores, contribuindo assim para afetar a
auto-estima e auto-imagem dos afro-descendentes. Associa-se isso
que valores, sua ancestralidade e suas raízes religiosas foram
então reduzidos e subordinados aos valores e formas do branco e
sua cosmogonia foi, de certa forma, absorvida e dominada pela
cultura do senhor dos escravos. Se dentre os vários povos
africanos que sofreram o processo de escravização, da diáspora
forçada em direção ao Brasil, tomaremos como exemplo o povo YORÚBÀ – o território ioruba
estende-se pelos países Nigéria, Togo e República Benin (antigo
Daomé)- vamos encontrar em sua cosmovidão e cultura religiosa a
figura de Olodunmare, espírito infinitamente perfeito, que existe
pro si mesmo e de quem o universo e todos os outros seres recebem a
existência. Quando Olodunmare nameia-se a si mesmo, nos vários
significados que a decomposição de seu nome nos traz, ele se
denomina “eu sou aqueles que É”. No entanto é natural para todos,
assim como é para todos os povos que dispõe de uma tecnologia
desenvolvida, a idéia de que não podem compreender Olodunmare. Na
medida em que ele é infinito, princípio e fim de todas as coisas,
encontra-se além dos limites humanos e sua compreensão. Podem, isso
sim, conhece-lo por meio de seus atributos e deduzir a sua
existência mediante suas manifestações do Universo e nas coisas
criadas.
É a parti desse processo de conhecer que os iorubás
afirmam ser o Olodunmare “o Único no céu e na terra, o Supremo sobre
todos”, e o chama por esse nome referindo-se particularmente ás
característica de “Senhor de todas as coisas” o “Soberano que está
no Orun”, “Aquele que tem a máxima autoridade sobre tudo”. “L’oju
Olodunmare! L’oju Olofi! L’oju Olorun!” significando: “Na presença
de Olodunmare! Na presença de Olofin! Na presença deOlorun!”.
Alguns atributos de Olodunmare podem ser aqui
citados para demonstrar a profunda complexidade da reflexão
teológica presente na cosmovidão ioruba, percebendo-se sem dúvida,
qe seu pensamento religioso organizado enquanto o sistema nada deixa
a dever ás religiões consideradas significativas na história da
humanidade. Assim.
Olodumare é infinito
Assim olodumare é infinito, ou seja, tem todas as perfeições em sumo e ilimitado grau. A natureza é um conjunto indivisível no qual tudo está contido- a totalidade do universo está presente em todas as partes e em todos os tempos que possam ser considerados. Sem dúvida alguma, existe uma interação completa e misteriosa entre todos os elementos do universo e essa interação une o universo numa única totalidade. Tudo que ocorre em nosso pequeno mundo está em relação com a imensidão cósmica, como se cada parte de qualquer mundo considerado contivesse em si a totalidade do universo. Conclui-se que todo e a parte são uma única e mesma coisa. Tudo reflete todo resto. Cada região do espaço, por menor que seja contém a configuração completa do conjunto. O que quer que aconteça na terra é ditado por todas as hierarquias das estruturas do universo.
Olodumare é Imutável
A imutabilidade de olodumare consiste em que olódùmarè não está
sujeito a mudança nem no seu ser, nem nos seus desígnios. Olodumare
é chamado de “Oygiyigi, Ota Aiku”- O máximo, pedra imutável que
jamais morre.
Olodumare é Eterno
Consiste em que Olodumare não teve principio nem
pode ter fim. Ora Olodumare é eterno porque é o ser necessário que
em si tem a razão do existir e não pode deixar de existir.
Conseqüentemente, para Olodumare não há passado nem futuro- todas
as coisas estão para ele em um eterno presente. No entanto nós o vemos como o Olojo Oni, O senhor do
tempo, o gerador de todos os ciclos, e por isso falamos: “Oni,Omo
Olofin; ola omo olofin;otunla, omo olofin; ireni omo olofin ; orunni,
omo olofin”- hoje é a descendência de Olofin; amanhã é a
descendência de Olofin; depois de amanhã é a descendência de Olofin
o quarto dia é...; o quinto dia...;” Um deus que não teve começo e que não conhecerá
fim não está necessariamente fora do tempo- Ele é o próprio
tempo, simultaneamente quantificável e infinito, um tempo em que um único
segundo contém a eternidade inteira, sem que o conceito de tempo ai
expresso implique a idéia de sucessão de acontecimentos.
Olodumare é Imortal
Mais que imortal, Olodumare é a imortalidade, e a
esse atributo associa-se o atributo da invisibilidade. Olodumare não
pode ser visto e assim é chamado de “Oba Airi”- O Rei Invisível”
Olodumere é Imenso. Presença de
Olodumare
A imensidade de olodumare consiste em que ele está
em todos os lugares e em todas as coisas. Olodumare é imenso,
porque, como causa natural de todos as criaturas, tem de atuar
nelas, para as criar, as conservar e governar, visto que Olodumare
não está limitando nem contido em nenhum lugar, mesmo quando está em
todos os lugares. Por meio desse atributo, Olodumare revela-se como vivente eterno,
onipresente e imenso. “Olorun Nikan l’o Gbon” - “somente Olorun esta
ciente”.
Olodumare é onisciente,
onipresente e onividente.
Ele conhece todas as coisas e nenhum segredo lhe é
ocultado. Assim, também está no coração dos homens e os conhece. Muitas vezes o nome Oloko, pelo qual Olodumare
também é conhecido, é traduzido por pesquisadores, literal e
restritamente, como “senhor da fazenda” ou “fazendeiro”. Uma
reflexão mais profunda leva-nos a entender que Oloko refere-se à
condição de Olodumare enquanto “Senhor ao Universo” que criou,
universo de infinita extensão, inimaginável ao pensamento humano.
Assim, o titulo Oloko nada mais é do que símbolo a refletir a
extensão e grandiosidade presentes na obra da criação.
Olodumare é o Criador
Sua condição de pré – Existência a tudo e a todos
os seres criados é muito bem expressa no seguinte texto de um Itam do
Odu Oyeku – Ogbe: “Eo mo iya/ k’enyin o ma tum sure s’eke mo;/ e o
mo iya, eo mo baba Olodumare...”, cuja tradução nos diz: “Você não
conhece a Mãe/ pare com sua impetuosa mentira;/ você não conhece o
pai/ pare com sua impetuosa mentira; você não conhece a mãe/ Pare
com sua impetuosa mentira;/ você não conhece a mãe nem o pai de
Olodumare/ este foi o veredicto de Ifá para tela – Iroko,/ aquele
que propôs o nome de Olodumare...” Ele é a origem de todos o universo, o principio de
todos os princípios. Ele é o Eleda, o supremo criador, e, ao mesmo
tempo, é ele que mantém o universo em movimento. Ele é Obas a-se-kan-ma-ku, o rei que trabalha para
a perfeição, autor de todas as coisas. Por fim, ele é o Elemi, o
senhor do espirito, o senhor da vida. Olorun, nome resultante da contração Olofin+Orun, “o
rei ou governante do Orun”. É de entendimento que temos ai
significativamente exposta uma particular manifestação de Olodumare,
enquanto “o Criador e Senhor da Suprema Realidade”. Ora, a efetiva
realidade da criação é o “mundo criado, em que a realidade do Aiye
preexiste no pensamento do Deus Criador.Olodumare é sagrado.
Todos os atributos de Olodumare levam necessária e
obrigatoriamente à condição de reconhecer a sua natureza de Sagrado.
É indissociável de sua condição de criador supremo a sua
sacralidade.
Acima de tudo e de todos, merece de toda a sua
criação louvor permanente e adoração. Ele define, por si mesmo,
conceitos como pureza, retidão e transcendência. Por isso ele é
conhecido como “Oba Mimo” o “Rei Puro”. A partir do que vimos
até aqui, não podemos deixar de avançar sobre os atributos
presentes na religião Yorùbá e que a caracterizam dentro de um quadro que
estabelece sua extinção e profundidade, garantindo-lhe lugar junto a
todas as demais religiões da historia da humanidade. Ela é sem
duvida, uma religião monoteísta, universal e revela. É universal na medida em que seus princípios podem
ser seguidos por quaisquer homens e sua cosmovisão tem caráter
planetário. É revelada porque todo conhecimento que a constitui
encontra-se sistematizada no chamado esotérico, histórico, ética e
moral entregue aos homens por ORUNMILA.
Considerar a religião de ORISA como politeísta e os
ORISA como Deuses, traz por conseqüência, uma visão externa que a
define como panteísta, primitiva bárbara e fetichista. Perde-se, assim, sem duvidas a dimensão do
sagrado, o status de universalidade e de revelação que lhe são
próprios e a respeitabilidade que ela merece ao lado das grandes
religiões da humanidade. Retirar da religião afro-descendente seu caráter monoteísta significou, antes de mais nada, retirar das diversas nações africanas sua identidade, sua força de unidade e coesão.
José Tadeu de
Paulo Ribas
O autor é psicólogo, bàbálóòrìsà e
mestrado em psicologia,
é também presidente da FITACO -
Federação Internacional da Tradição Africana e Culto aos Orixás.
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